Governo do Distrito Federal
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23/05/24 às 10h35 - Atualizado em 23/05/24 às 10h42

Filho de funcionária terceirizada do Detran levou ouro em mundial de atletismo

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Bartolomeu Chaves participa do Mundial de Atletismo Paralímpico, em Kobe, no Japão

 

Rafaela Nogueira

 

(Brasília-DF, 22/5/2024) O ‘Conte a sua história’ desta semana é com a auxiliar de serviços gerais, que presta serviços terceirizados ao Departamento de Trânsito do Distrito Federal, Elinalda Martins, conhecida como Paraguaia, possui quatro filhos, um deles, Bartolomeu Chaves, nasceu com paralisia cerebral e deficiência intelectual. Hoje ele está com 23 anos e na última terça-feira (22) ganhou medalha de ouro na modalidade de 400 metros, da classe T37, no mundial de atletismo paralímpico, que está acontecendo em Kobe, no Japão.

 

Elinalda veio do Maranhão para Brasília, sempre trabalhou com serviços gerais, está há dez anos no Detran, ficou um ano na unidade Depósito da Asa Norte e está há nove na sede. Em seus tempos livres, ela cuida da família e faz uns serviços extras fora para pagar as despesas mensais dela e da família.

 

Devido à sua deficiência, Bartolomeu não aprendia muito as disciplinas dos anos escolares, foi retirado algumas vezes da escola, devido à dificuldade na aprendizagem, por isso a família resolveu não levá-lo mais para estudar, então começou a correr com o seu tio no Maranhão e participava de competições locais.

 

Bartolomeu veio depois para o Distrito Federal e chegou a treinar num Centro Olímpico na Ceilândia, onde não foi reconhecida sua desenvoltura. Já num centro de treinamento do Recanto das Emas, um professor percebeu o seu talento e o incentivou a participar de competições em São Paulo.

 

O atleta foi a algumas competições pagas por seus professores. Em uma das seletivas, “Meeting de Atletismo”, ele não tinha o calçado de corrida especificado, foi autorizado a correr descalço e ficou em primeiro lugar. Após isso, ele recebeu um kit, com vestimentas e calçados adequados, mas antes, alguns servidores fizeram vaquinha de um calçado e deram para a sua mãe, Elinalda. Depois, ele foi convidado para fazer parte do Centro de Treinamento do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), localizado no estado paulista.

 

Recentemente, o centro de treinamento em São Paulo pediu que alguém da família o acompanhasse, devido à sua deficiência intelectual. Com isso, o seu irmão, José, de 21 anos, foi e passou a divulgar o trabalho de Bartolomeu no Instagram, vale a pena conferir a página do atleta, @passarin77  e a do COB, @brasilparalimpico, onde também divulgam o seu trabalho.

 

Em entrevista ao Globo Esporte, após ter o primeiro ouro num mundial, Bartolomeu afirmou: “é uma sensação muito boa. Senti muito cansaço, mas como é medalha de ouro, todo esforço é bem-vindo. É uma prova muito difícil, tem que sair muito forte e, nos 200 metros finais, aumentar o ritmo ainda mais. Mas deu tudo certo.”

 

Com o resultado da última terça-feira (21), o país chega no mundial de Kobe a sua 16ª medalha dourada, mesmo recorde brasileiro, que aconteceu num mundial de 2013. Em agosto deste ano, Bartolomeu vai participar das paralimpíadas da França.

 

 

Confira abaixo algumas imagens dessa trajetória.

 

Crédito de fotos: arquivo pessoal de Bartolomeu; CPB; e recorte de vídeo, divulgação site Globo.

 

 

 

 

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